Nos últimos anos, a discussão sobre sustentabilidade e eficiência energética tem ganhado espaço em praticamente todos os setores. No ambiente industrial, a economia de energia não é apenas uma questão de responsabilidade ambiental, mas também uma estratégia importante para a competitividade no mercado.
Indústrias que buscam reduzir seus custos operacionais e aumentar a eficiência de seus processos precisam olhar para o consumo de energia como um ponto de melhoria constante.
Neste post, vamos explicar a relação entre energia e indústria, os desafios enfrentados, os benefícios de investir em economia de energia e como a automação pode ser uma aliada poderosa nesse processo.
Qual é a relação da energia com a indústria?
A energia desempenha um papel fundamental na operação de qualquer indústria. Desde a iluminação até o funcionamento de máquinas pesadas, praticamente todos os processos dependem de algum tipo de energia, seja ela elétrica, térmica ou mecânica.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), o setor industrial é responsável por cerca de 37% do consumo total de energia mundial, sendo a maior parte deste consumo proveniente de eletricidade e combustíveis fósseis.
No Brasil, a indústria é o segmento que mais consome energia elétrica. De todo o recurso gerado, cerca de 40% é destinado à atividade industrial, segundo dados do Portal da Indústria.
Isso torna a eficiência energética um fator essencial para o sucesso das indústrias. Ao reduzir o consumo de energia sem comprometer a produção, as empresas conseguem cortar custos, aumentar a lucratividade e diminuir a pegada de carbono, o que é cada vez mais valorizado por consumidores e investidores.
No entanto, alcançar essa eficiência não é tarefa fácil, pois envolve uma série de desafios específicos para o setor industrial.
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O desafio da economia de energia
Os desafios para a economia de energia na indústria são muitos e variados. Em primeiro lugar, a grande diversidade de processos produtivos contribui para que não exista uma solução única para todos.
Cada indústria possui particularidades que afetam diretamente o consumo de energia, como o tipo de maquinário utilizado, as condições das instalações e os procedimentos operacionais.
Além disso, desperdícios de energia são comuns. Muitas indústrias ainda operam com equipamentos antigos e ineficientes, que consomem mais energia do que o necessário.
Outras enfrentam problemas como vazamentos de ar comprimido, isolamento térmico inadequado e o uso excessivo de iluminação e climatização.
Esses desperdícios representam um gasto financeiro considerável e contribuem para emissões desnecessárias de gases de efeito estufa, comprometendo não apenas o meio ambiente, mas também a imagem da empresa perante o mercado.
Por que as indústrias devem investir em economia de energia?
Diante desses desafios, surge a pergunta: por que as indústrias devem investir em economia de energia? Existem diversos motivos que justificam essa decisão, desde aspectos financeiros até questões de sustentabilidade e responsabilidade social. Vamos explicar alguns desses benefícios a seguir:
Redução de custos operacionais
A economia de energia resulta, diretamente, em uma redução dos custos operacionais. O consumo energético representa uma parcela significativa das despesas de uma empresa.
Ao reduzir esse consumo, é possível diminuir os gastos com eletricidade, combustíveis e manutenção de equipamentos. Além disso, programas de eficiência energética geralmente resultam em uma maior durabilidade dos maquinários, reduzindo a necessidade de reparos e substituições frequentes.
Sustentabilidade
Indústrias que adotam práticas de economia de energia também contribuem para a sustentabilidade. Ao diminuir o consumo energético, essas empresas reduzem sua pegada de carbono e o impacto ambiental de suas operações.
Em um cenário global em que consumidores e investidores estão cada vez mais preocupados com questões ambientais, adotar práticas sustentáveis pode melhorar a imagem da marca e atrair novos clientes e parceiros de negócios.
Aumento da eficiência
A implementação de medidas de economia de energia muitas vezes leva à identificação de outras áreas de melhoria nos processos produtivos. A revisão de sistemas e equipamentos energéticos pode revelar oportunidades para otimizar fluxos de trabalho, eliminar gargalos e aumentar a produtividade.
Como resultado, a eficiência geral da operação é aumentada, gerando melhores resultados com o mesmo nível de recursos.
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Automação industrial como chave para a economia de energia
A automação industrial é uma estratégia poderosa para alcançar a economia de energia porque permite o controle preciso e otimizado de todos os processos dentro de uma fábrica.
A automação industrial utiliza diversos dispositivos e tecnologias, como sensores, atuadores, controladores lógicos programáveis (CLPs) e sistemas de supervisão e aquisição de dados (SCADA), para monitorar e ajustar automaticamente as operações da planta.
Ela permite que máquinas, motores, sistemas de iluminação, aquecimento e refrigeração sejam controlados de forma eficiente e automática.
Isso significa que, ao invés de operar continuamente ou com base em horários predefinidos, os sistemas automatizados ajustam o funcionamento dos equipamentos com base em dados reais e em tempo real, maximizando a eficiência.
Vamos entender melhor como isso funciona na prática:
Controle de iluminação e climatização
Um exemplo prático da aplicação da automação para economizar energia é o controle automático de iluminação e climatização. Sensores de presença e de luminosidade são integrados aos sistemas de iluminação para garantir que as luzes estejam acesas apenas quando necessário.
Por exemplo, em áreas de pouco uso, como depósitos ou corredores, a luz é ativada somente quando alguém entra no local e é desligada automaticamente quando não há ninguém presente.
Da mesma forma, sistemas de climatização (aquecimento, ventilação e ar-condicionado – HVAC) podem ser controlados com base na temperatura externa, na ocupação do ambiente e até na previsão do tempo.
Um sistema automatizado ajusta a temperatura de maneira a garantir conforto térmico com o menor gasto de energia possível. Quando um setor da fábrica está vazio, por exemplo, o sistema de HVAC pode diminuir a potência ou desligar automaticamente, economizando energia sem comprometer o conforto dos funcionários em áreas ocupadas.
Sensores e atuadores para máquinas e motores
Além disso, sensores e atuadores desempenham um papel fundamental na otimização do funcionamento de máquinas e motores industriais.
Sensores inteligentes monitoram continuamente o desempenho dos equipamentos — como temperatura, vibração, pressão, entre outros parâmetros — e enviam esses dados para o sistema de controle.
Quando um motor ou máquina está operando em condições de sobrecarga ou subutilização, o sistema de automação pode ajustar automaticamente sua operação.
Por exemplo, em um sistema de bombeamento, sensores de fluxo de água e pressão podem detectar quando a demanda é baixa. Neste caso, o controlador ajusta a velocidade dos motores (usando inversores de frequência), reduzindo o consumo de energia enquanto mantém o fluxo adequado. Quando a demanda aumenta, o sistema ajusta novamente os motores para atender à nova condição, sempre otimizando o consumo energético.
Desligamento automático de equipamentos
Outro aspecto importante é o desligamento automático de equipamentos quando não estão em uso.
Muitas indústrias enfrentam desperdícios significativos de energia porque equipamentos permanecem ligados o tempo todo, mesmo quando não há necessidade.
Com a automação, é possível programar o desligamento automático de máquinas, motores, esteiras e outros equipamentos quando eles não estão em operação, reduzindo o consumo desnecessário de energia.
Uso de algoritmos inteligentes e machine learning
Alguns sistemas avançados de automação industrial utilizam algoritmos inteligentes e técnicas de aprendizado de máquina (machine learning) para prever padrões de consumo e ajustar automaticamente os parâmetros operacionais.
Por exemplo, eles podem prever picos de demanda de energia e ajustar o uso de equipamentos de forma preventiva, evitando sobrecargas e otimizando a eficiência energética.
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Como automatizar a indústria?
Automatizar uma indústria para alcançar economia de energia envolve seguir uma série de etapas estratégicas. Essas etapas ajudam a garantir que a implementação da automação seja eficaz e que os objetivos de redução de consumo energético sejam atingidos. Vamos aprofundar cada uma dessas etapas:
1. Análise do consumo energético atual
O primeiro passo para automatizar uma indústria é entender o consumo energético atual. Isso envolve realizar uma auditoria energética para identificar onde e como a energia está sendo consumida, quais são os principais pontos de desperdício e quais processos têm maior potencial de otimização.
2. Definição de metas claras
Com base na análise do consumo energético, é importante definir metas claras de economia de energia. Elas devem ser realistas e alinhadas com os objetivos estratégicos da empresa.
Por exemplo, a meta pode ser reduzir o consumo de eletricidade em 15% em um período de dois anos ou diminuir a dependência de combustíveis fósseis para processos de aquecimento.
Essas metas orientam o planejamento e a execução das ações de automação, garantindo que cada investimento esteja alinhado com os objetivos estratégicos da empresa.
3. Escolha de tecnologias de automação
A escolha das tecnologias adequadas é fundamental para o sucesso da automação. É necessário considerar tanto as necessidades específicas da indústria quanto o custo-benefício de cada tecnologia.
Algumas opções comuns incluem:
- Sistemas de controle de processo (SCADA): Monitoram e controlam processos industriais de forma centralizada, permitindo ajustes em tempo real para otimizar o uso de energia.
- Sensores inteligentes: Detectam condições como temperatura, pressão, umidade, presença e luminosidade, permitindo que os sistemas automatizados ajustem automaticamente o funcionamento dos equipamentos para economizar energia.
- Motores de alta eficiência: Motores elétricos que consomem menos energia para o mesmo desempenho, especialmente quando combinados com inversores de frequência, que ajustam a velocidade do motor à carga real.
- Softwares de gerenciamento de energia: Monitoram o consumo de energia em toda a planta, identificam áreas de ineficiência e propõem melhorias automaticamente, facilitando a tomada de decisões.
4. Implementação e treinamento
A implementação da automação deve ser realizada de forma planejada e cuidadosa, envolvendo todas as áreas da empresa. É fundamental também investir no treinamento dos colaboradores para garantir que eles saibam como operar e tirar o máximo proveito das novas tecnologias.
5. Monitoramento e otimização contínua
Por fim, a automação não é um processo estático. Após a implementação, é essencial monitorar continuamente o consumo de energia e o desempenho dos sistemas automatizados, ajustando e otimizando conforme necessário para garantir que os objetivos de economia de energia sejam atingidos.
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A automação industrial não apenas reduz custos operacionais e aumenta a eficiência energética, mas também contribui para a sustentabilidade e a competitividade da indústria no longo prazo.
Ao seguir essas etapas de análise, definição de metas, escolha de tecnologias, implementação e monitoramento contínuo, sua empresa pode alcançar significativas economias de energia e um desempenho otimizado.
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