Como fazer inspeção visual na indústria?

A manutenção preventiva é essencial para o funcionamento seguro e eficiente da indústria, sendo a inspeção visual um dos métodos mais acessíveis e eficazes para detectar anomalias em máquinas e equipamentos. A seguir, vamos saber o que é a inspeção visual, conhecer os tipos existentes e destacar os benefícios dessa prática.
Além disso, vamos descobrir como colocar a inspeção visual em prática na indústria e como superar possíveis desafios. Nos acompanhe!
A inspeção visual é uma técnica muito utilizada nos processos de manutenção preventiva e preditiva de equipamentos industriais.
Consiste na observação direta de peças, máquinas e engrenagens com o objetivo de identificar falhas, desgastes, problemas de instalação, desalinhamentos, folgas e outras irregularidades visivelmente expostas.
A inspeção visual é tem como finalidade a identificação de componentes que precisam ser ajustados ou substituídos, antes que suas falhas evoluam para problemas mais complexos.
Esse monitoramento contribui para a durabilidade das máquinas e para a estabilidade e continuidade do seu desempenho. Desta forma, é possível postergar e, até mesmo, evitar a manutenção corretiva, modalidade que acarreta diversas desvantagens, como alto custo e longo tempo de ociosidade de máquinas e equipamentos.
A inspeção visual é uma das práticas mais utilizadas, mas não é a única. Existem outras variações, como a inspeção termográfica, que utiliza raios infravermelhos para detectar variações de temperatura, superaquecimento e mau contato entre as peças.
Já a inspeção ultrassônica utiliza equipamentos de ultrassom para captar sons não perceptíveis ao ouvido humano e que podem indicar problemas mecânicos, por exemplo.
Podemos perceber que essas técnicas utilizam objetos mais complexos durante as avaliações. Já a inspeção visual emprega, eventualmente, ferramentas simples, como lupas, espelhos e similares. Muitas vezes, a vistoria acontece a olho nu.
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A inspeção visual é um procedimento simples, mas que pode ser executada de maneiras diferentes. A escolha da melhor forma depende da necessidade da planta industrial e dos equipamentos disponíveis, dentre outros fatores.
Conheça as classificações:
A inspeção visual direta é feita a olho nu ou com o auxílio de lupas e lentes de aumento. Geralmente, é utilizada para detectar desgastes, rachaduras, corrosão e desalinhamentos.
Essa modalidade é bastante aplicada na área da metalurgia, petroquímica, no segmento alimentício e no automotivo. Trata-se de uma prática rápida, simples e de baixo custo, que pode ser adotada por demais setores sem grandes impedimentos.
Por utilizar acessórios habituais e descomplicados, a inspeção visual direta exige proximidade com a área em análise. Portanto, requer que o inspetor tenha um contato físico com o objeto em foco.
A inspeção visual remota, por sua vez, utiliza recursos tecnológicos aprimorados para a captura das irregularidades. Dentre as inovações, estão as câmeras, os drones e os sensores.
Tais ferramentas são responsáveis pelo monitoramento de áreas de difícil acesso, consideradas perigosas ou de uso restrito. O diferencial dessa técnica é a possibilidade de observar determinada superfície sem o contato direto com o ambiente.
Essa característica reduz os riscos de acidentes com os operadores e garante maior precisão na análise, diminuindo também os erros e as inconsistências na captura das informações.
A inspeção visual remota é amplamente utilizada na indústria de grande porte e nas linhas de produção automatizadas. A manutenção de caldeiras, de tubulações, de máquinas de pressão e de tanques de armazenamento estão dentre as aplicações mais comuns dessa metodologia.
A inspeção visual assistida por tecnologia adota softwares de Inteligência Artificial (IA) para analisar as imagens capturadas. A técnica estuda as informações coletadas e identifica padrões de desempenho, destacando tudo que fugir do que é estabelecido como ideal.
Esse modelo de inspeção compartilha com o usuário os diversos benefícios existentes nos sistemas integrados a IoT (Internet das Coisas), como o monitoramento em tempo real, a precisão das informações, a eficiência dos resultados e o custo-benefício atraente.
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A inspeção visual é rápida, econômica, acessível, de fácil execução e oferece resultados eficientes e com alto nível de precisão. Mas, essas não são as únicas vantagens percebidas. Conheça outros benefícios:
O objetivo da inspeção visual é descobrir problemas ainda em seu estágio primário, quando ainda não representam um grande risco para as máquinas.
A descoberta antecipada dos defeitos e a correção no tempo certo evitam que os operadores sejam pegos de surpresa diante de falhas inesperadas. Assim, reiteramos a importância das manutenções programadas, realizadas em momentos estratégicos.
A inspeção visual identifica desgastes em sua fase inicial e, com isso, evita que pequenos erros adquiram proporções maiores e se tornem mais complexos, arriscados e custosos para a empresa.
Outro resultado positivo dessa ação é o aumento da vida útil dos equipamentos e de seus componentes e engrenagens, que terão toda a sua capacidade técnica à disposição da empresa.
A inspeção visual é uma técnica rápida, de pouca intensidade e de ação não destrutiva, ou seja, não danifica e não altera a estrutura do objeto. Quando realizada corretamente, a inspeção otimiza a produção, pois evita a pausas forçadas das máquinas, eleva o desempenho dos equipamentos e melhora a produtividade da produção, favorecendo o alcance de resultados.
Acidentes de trabalho são recorrentes na indústria, especialmente quando o operador manipula máquinas em mau estado de conservação ou em mau funcionamento.
De acordo com dados do Ministério da Saúde e do Ministério do Trabalho, 15% de todos os acidentes de trabalho registrados entre 2012 e 2021 foram causados pela operação de máquinas e equipamentos, resultando em lesões gravíssimas.
É perceptível, portanto, a importância da inspeção visual para evitar a piora desse cenário e para criar um ambiente de trabalho saudável e seguro, assim como estabelece as normas regulamentadoras.
Embora seja uma prática de simples execução, a inspeção visual exige metodologia e organização, de forma a atender às necessidades específicas da empresa.
A dica inicial para implementar a técnica é determinar os equipamentos que serão inspecionados e estabelecer a frequência da vistoria.
Em seguida, é preciso definir os critérios que servirão de base para essa análise, como o desgaste excessivo, a presença de vazamentos ou desalinhamentos, a existência de folgas e outras anormalidades.
O passo seguinte é escolher o tipo de inspeção visual que será realizada e, a partir dessa informação, reunir a equipe e o material necessário. Esse preparo inicial é fundamental para a celeridade do processo.
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Conheça outras dicas para executar um projeto de inspeção visual na sua empresa.
A checklist é um resumo das tarefas que deverão ser executadas durante a inspeção. Além de orientar a equipe, a checklist ajuda a lembrar dos passos a serem seguidos.
É importante que a checklist seja padronizado, ou seja, igual para todos os equipamentos similares. Dessa forma, é mais fácil reunir as informações, concentrar esforços e definir as ações de correção.
Essa é a parte prática da inspeção, que consiste na análise visual dos equipamentos em busca de falhas. É imprescindível que o profissional tenha um olhar apurado e preparado para perceber as alterações.
Nessa fase, os critérios e padrões definidos anteriormente serão muito úteis porque facilitarão o reconhecimento das anomalias expostas.
Após a coleta de dados, chega o momento de registrar o que foi encontrado. Junto ao nome do equipamento, deve ser descrito o defeito encontrado e também o seu impacto.
O registro correto, minucioso e preciso da falha e da máquina avariada é muito importante porque servirá de apoio na hora de definir a prioridade das correções. Equipamentos considerados mais importantes para a produção merecem atenção especial.
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A fase final da inspeção visual é a comunicação dos problemas encontrados para a equipe responsável pela correção. Quanto mais detalhada for a descrição, melhor será a interpretação do que foi coletado.
Após o recebimento desses dados serão criadas estratégias de manutenção para o reparo ou substituição de peças, se necessário.
A análise visual pode soar um pouco subjetiva, uma vez que depende da observação e do conhecimento de quem realiza a inspeção. Por isso, é importante que o responsável receba um treinamento técnico adequado e siga uma metodologia bem organizada, contendo padrões de avaliação.
Uma falha que não é identificada ou que não tem a sua intensidade prevista tende a trazer sérios problemas para a produção industrial quando se tornar mais grave e complexa ao longo do tempo.
Além de investir em capacitação e treinamento, é necessário também aplicar recursos tecnológicos que irão otimizar a inspeção e garantir confiabilidade e segurança às informações.
A implementação de softwares para coleta de dados é considerada uma estratégia eficaz e que pode ser utilizada por qualquer empresa que deseje fortalecer as suas práticas de manutenção industrial.
Outro desafio que exige atenção durante a vistoria é a dificuldade de acesso a determinados pontos. Em alguns casos, a visualização de uma máquina ou de uma superfície só pode ser realizada com o apoio da planta da indústria.
Diante dessa situação, é interessante recorrer ao uso de câmeras com alta resolução e de drones, objetos capazes de capturar imagens com a qualidade necessária para uma avaliação honesta e precisa.
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Se a sua empresa ainda não atende por completo às normas regulamentadoras e busca um ambiente de trabalho seguro e produtivo, entre em contato com a Alkane e aumente a segurança da sua indústria com as nossas soluções tecnológicas.
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